terça-feira, 28 de junho de 2011

Devia haver,

um ano sabático para a vida, onde nos afastássemos, para viver segundo a nossa vontade, sem preocupação de encontrar tudo em estado de sitio, ao regressar.


Verdade, e depois...vem a parte boa : )

Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.                                                                              Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume' 

Life

Acreditem, para lá das forças que têm, que a vida é tão mutável quanto pode. Mesmo que por vezes seja tão difícil de crer, a vida altera-se, modifica-se.
Esperar, que a vida não se revele a cada dia, e acreditar que estamos sempre bem, com as certezas que possuímos, é como tentar atravessar um bar abarrotado de gente a dançar, com o copo a vazar de liquido, e esperar que se mantenha intacto.


Today love details*

domingo, 26 de junho de 2011

Pelo sim, pelo não.

Chego aqui com uma conclusão que antes não tinha, algo que nos faz ver as coisas nuns olhos próprios. Não é quem mostra mais coragem que na realidade a tem. Não é quando temos o coração mais seguro, mais firme, mais forte que melhor estamos. Por vezes, é quando chegamos a um ponto, a que chamo “ponto de amor”, de ternura, de afectos se quiserem, e o nosso coração se mostra mais ténue, que nos sentimos em pleno com o mundo, e a vida. esta contrariedade, faz-me agraciar as coisas que temos de outra forma. Aprecia-las com o meu coração frágil, saber delas o verdadeiro sentido de amar.
Agora percebo, que por vezes a fragilidade nos dá uma forma desconhecida de sentirmos as coisas na sua verdadeira essência. Há uma antiga piada Italiana sobre um homem muito pobre, que vai á Igreja todas as manhas e reza para um santo: “Querido Santo, por favor, deixa-me ganhar a lotaria”, Então a estátua ganha vida e responde: “Filho por favor, compra um bilhete”.
Pelo sim, pelo não, é melhor comprarmos vários bilhetes.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Today details*









Juro

Há alguns anos parti um espelho. Lembro-me porque a minha mãe me ralhou, com medo do azar que eu viria a ter. Recordo-me porque me falou disso durante quinze dias seguidos, o certo é que penso que tive azar durante vários anos. De todas as possibilidades, calhava-me sempre a pior. Queria o gelado de morango que havia por norma sempre aos montes num dia especifico, e no dia em que eu o desejava, havia de nata, chocolate, caramelo, e até de menta mas não de morango. E agora, que já me tinha habituado ele parece desaparecer aos poucos, dá lugar a uma sorte merecida. 

Digo-te...

Não baixes tantas vezes os olhos rapariga. Se alguma vez quiseres ser um mulher, levanta a cabeça.